quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Aonde vai a França?

I

Quem afirma não e não,
Não vai ter Revolução,
Deveria ir à França
Prá deixar de ser criança
E aprender a ter visão:

Quem espera nunca alcança!

II

Lá, num Maio, teve um dia
Quando toda a juventude
Tomou grande atitude,
Sem saber o que queria
mas querendo dizer não:

Meia-oito, três-oitão!

III

Muito tempo se passou
E o burguês francês achou
Que estava tudo esquecido
Que o povo havia aprendido
A viver igual a gado

O burguês estava enganado

IV

Houve então a votação
Da tal "Constituição Européia"
Mas na França a patuleia
Aprendera a dizer "Não!"
"Não vou perder meus direitos!"

E o burguês perdeu o pleito!

V

Depois disso, lá na França
Voltou a raiar a esperança.
E um dia o jovem imigrante
Deixou de ser figurante
Da grande comédia global:

Baixou o pau!

VI

E agora a burguesia
Teve a grande ousadia
De aprovar uma lei
Transformando o patrão em rei:
Sem ter qualquer razão

Poderia demitir o peão.

VII

Os estudantes e os sindicatos
Partiram para o desacato.
Às ruas vieram em milhões.
Em grandes protestos e atos
Todos com raiva a gritar,

Fizeram essa lei abortar!

VIII

Fica, pois, o alerta
Prá quem nunca desperta
E só diz não e não,
Não vai ter Revolução.
Quem tem a mente esperta

Já vislumbra a equação.

IX

Se o jovem brasileiro
Deixar de ser otário
O governo quadrilheiro
Vai prá casa do caralho.
Em menos de uma semana

Os bandidos vão todos em cana!

X

O Brasil tem sangue quente
Por aqui não vai demorar
Até o povão explodir
Só é preciso preparar
A mente de toda a gente

Aguardem o que está por vir!

XI

Só o que falta é crescer
Uma forte liderança
Prá tomar o poder
Sem trair os ideais
Dos seres humanos reais

E o exemplo vem da França!