A Hora da Revolução: Álvaro Frota

quinta-feira, 7 de outubro de 1999

Um capivara esclarecido!

A Hora da Revolução

A hora da Revolução?
Agora!
Como é que será feita?
Perfeita.
Falta mais que se lhe ponha?
Vergonha...

O Brasil envergonhado
De viver feito gado
Ainda não se decidiu:
Vai à Revolução?

Ou a puta que o pariu?

Quem abraça tal questão?
Cristão.
Alguém mais se meteu?
Ateu.
Quem dedide tal disputa?
A bruta.

Ser gado ou ser humano
É questão de opinião.
Se um vai ao matadouro,
Outro vem na contra-mão:

Sempre há quem diga não!

III

Uns se deram por vencidos?
Vendidos.
Outros querem lançar mão?
Sermão!
E quem não se compenetra?
Pateta.

Quem se vende pelo ouro
Alardeia a rendição:
- "Não há outra solução!"
Ao desdouro leva a gente,

Pois o medo mata a mente!

Quem é a liderança?
Criança.
Ainda não cresceu?
Nasceu.
Qual o nome do menino?
Destino!

Quem vê hoje o amanhã
Cresce agora rumo ao certo.
O destino é um afã
Da mente de carne e osso:

Desperta, colosso!

Qual é nossa vontade?
Verdade.
É possível alcançar?
Mirar.
Que faz quem não se abate?
Debate!

Ouvindo e sendo ouvido,
Sustentando opinião,
Debatendo destemido
Uma só é a conclusão:

O Brasil foi quem pariu
A hora da Revolução!

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